
Saudações!
Após nove meses do início de nossa residência artística no Rio de Janeiro, finalmente apresentamos o resultado de um trabalho de afeto e cuidado. O Ambiente Sonoro/Gráfico de OuvidoChão – Cartas Quilombolas finalmente vêm à luz.
Nossa agricultura dos sons, do plantio à colheita, foi um trabalho de aprofundamento conceitual, simbólico, técnico e espiritual minucioso, em meio aos percalços e dificuldades do ser negrx/artista nas perspectivas pessoais e profissionais.
Nossa instalação está exposta até o dia 15/09 no Centro Cultural Oi Futuro (Rua Dois de Dezembro, 63, Flamengo, Rio de Janeiro-RJ) junto às demais obras da exposição ArtSonica Residência Artística. Um grande orgulho para nós participar desta mostra de avançadas pesquisas em arte e tecnologia de profissionais de várias partes do país.
Convidamos a todxs a apreciar esta representação afetiva-política-presencial de uma relação de sinergia entre os artistas pernambucanos Gabriel Muniz e Irla Franco com os territórios negros do Camorim (Jacarepaguá, Zona Oeste carioca), do Cais do Valongo (Zona Portuária, Centro da capital) e Quilombo Quilombá (Magé, Baixada Fluminense).
Ressaltamos a contribuição criativa dxs artistas convidadxs: a fotógrafa Marina Alves e o artista sonoro Negalê Jones, que trouxeram suas pesquisas originais, sensibilidades e tecnologias e as sintonizaram com o desenvolvimento de nossa cartografia sonora, numa perspectiva de co-criação. Máximo Respeito!
Também destacamos a participação mais do que especial do percussionista Elias Rosa e da cantora/poetisa Thais Villela. Nesse processo, muitas outras pessoas colaboraram indiretamente com OuvidoChão, incentivando, acolhendo, mediando contatos e compartilhando conhecimentos / experiências. Gratidão profunda!
Agradecemos também às pessoas que nos receberam e, mais além, nos acolheram nos territórios: Gracy Mary Moreira e equipe da Casa da Tia Ciata (Cais do Valongo), Antônio Rodrigues e equipe do Instituto Pretos Novos – IPN (Cais do Valongo); Luiz Paulo Araújo – Paulinho! – no (Camorim); Babá Paulo de Ogum, Katiúscia Ribeiro e a família do Ilé Asé Ògún Àlákòró (Quilombo Quilombá).
E, finalmente, expressamos nossa gratidão pelo incentivo e confiança da equipe ArtSonica Residência Artística / Zucca Produções / Oi Futuro. Proporcionar as condições para pesquisa e desenvolvimento dos processos criativos de artistas e, mais especificamente, artistas negrxs, é de profunda importância para a democratização do acesso aos espaços de produção / fruição das artes, privilégio ainda definido em termos de raça, classe e gênero.
Após este lançamento, OuvidoChão continua sua trajetória de possibilidades narrativas em forma e conteúdo, seja como obra de arte, documentário audiovisual, podcast… Seguimos no aprofundamento da temática das paisagens sonoras em territórios negros, observando através da escuta, os trânsitos e memórias da negritude, desta vez direcionando o foco ao estados de Pernambuco e Rio Grande do Sul.
Asè!






Algumas imagens da montagem. Nas próximas postagens daremos mais detalhes das obras… Visite a exposição!